As bolsas da Europa registraram fortes quedas nesta sexta-feira, 1º de setembro, em resposta ao anúncio de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à divulgação de dados econômicos decepcionantes. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com uma baixa de 1,89%, atingindo 535,79 pontos. Os principais índices europeus também apresentaram resultados negativos, com o FTSE 100 de Londres caindo 0,70%, o DAX de Frankfurt recuando 2,66% e o CAC 40 de Paris cedendo 2,91%.
O decreto de Trump, que estabelece tarifas "recíprocas" variando de 10% a 41% para 69 parceiros comerciais, entrará em vigor no dia 7 de setembro, adiando a implementação inicialmente prevista para hoje. Além disso, Trump enviou cartas a 17 CEOs de grandes farmacêuticas, exigindo ações para reduzir os preços de medicamentos nos EUA até setembro, sob a ameaça de intervenção governamental. As ações da Novo Nordisk e AstraZeneca caíram 1,81% e 1,94%, respectivamente, em resposta a essas pressões.
No cenário macroeconômico, a inflação ao consumidor na zona do euro permaneceu estável em 2% em julho, superando a expectativa de analistas. Enquanto isso, a economia norte-americana criou apenas 73 mil empregos no mês passado, número abaixo da projeção de 101 mil, o que pode levar o Federal Reserve a considerar cortes nas taxas de juros. A consultoria Capital Economics destacou que a desaceleração do mercado de trabalho reforça a argumentação para a redução das taxas.
As quedas nas bolsas foram generalizadas, com o FTSE MIB de Milão caindo 2,55% e o Ibex35 de Madri recuando 1,88%. O PSI 20 de Lisboa também apresentou uma baixa de 1,10%. O cenário econômico atual, marcado por incertezas e pressões tarifárias, continua a impactar negativamente os mercados financeiros europeus.