No último domingo, 17 de agosto, a Bolívia se uniu à onda conservadora que tem dominado a América Latina, com Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, saindo na frente nas eleições presidenciais. Com um terço dos votos, ele enfrentará Jorge Quiroga no segundo turno, agendado para 19 de outubro. A vitória de Pereira é um reflexo da insatisfação popular e da crise econômica que assola o país, marcada pela maior inflação desde 2008 e escassez de produtos básicos.
A derrota da esquerda, que durante duas décadas não havia perdido uma eleição, é atribuída a uma política insustentável de subsídios do governo de Luis Arce. Apesar das quedas nas exportações de gás natural, vital para a economia boliviana, Arce manteve medidas que resultaram em filas em padarias e postos de gasolina. O ex-presidente Evo Morales, que aspirava a um quarto mandato, foi impedido pela Justiça e agora prega o voto nulo em meio à crise.
Com o segundo turno se aproximando, o futuro político da Bolívia permanece incerto. A ascensão de Pereira e Quiroga pode sinalizar uma mudança significativa na direção do país, que enfrenta desafios econômicos profundos e uma população cada vez mais insatisfeita. O resultado das eleições poderá redefinir o cenário político boliviano e suas relações com os vizinhos latino-americanos.