A Bolívia se prepara para um segundo turno nas eleições presidenciais, agendado para 19 de outubro, entre Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, e Jorge ‘Tuto’ Quiroga, da Aliança Livre. Esta eleição marca um momento histórico, pois é a primeira vez em duas décadas que não há um candidato de esquerda na disputa, evidenciando a derrota significativa do Movimento ao Socialismo (MAS), que dominou a política boliviana desde a ascensão de Evo Morales em 2005.
O resultado das eleições de domingo (17) reflete o desgaste do MAS, que chegou ao pleito enfraquecido por divisões internas e pela pior crise econômica do país em 20 anos. Com apenas 3,14% dos votos, o candidato do MAS, Eduardo del Castillo, foi superado por outros concorrentes, enquanto o voto nulo, defendido por Morales como protesto, alcançou um recorde de 19%. A crise econômica, marcada pela queda das reservas em dólar e inflação de 25%, contribuiu para o descontentamento popular.
Os candidatos Rodrigo Paz e Jorge Quiroga apresentam propostas distintas para enfrentar os desafios econômicos da Bolívia. Paz, senador e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, busca uma abordagem moderada focada na estabilização econômica e fortalecimento das instituições democráticas. Por outro lado, Quiroga, ex-presidente entre 2001 e 2002, defende medidas econômicas liberais e combate ao narcotráfico. O próximo presidente assumirá em 8 de novembro, enfrentando a tarefa de recuperar a economia em um Parlamento fragmentado.