O corpo do engenheiro Bernardo Sayão chegou a Brasília na noite de 16 de janeiro de 1959, após sua morte trágica em um acidente de trabalho no Pará. Sayão, que tinha 57 anos, estava envolvido na construção da rodovia Belém-Brasília quando um galho de árvore caiu sobre ele, resultando em ferimentos fatais. Apesar de ser um dos principais responsáveis pela construção da nova capital, seu enterro ocorreu em um cemitério ainda em fase de finalização, sem túmulos ou construções.
Sayão, nascido no Rio de Janeiro em 1901, foi um dos engenheiros que contribuíram significativamente para a construção de Brasília, tendo sido convidado por Juscelino Kubitschek para integrar a Novacap, a companhia responsável pela urbanização da cidade. Sua relação com Brasília começou em 1956, quando ajudou a preparar a chegada do presidente à região, e sua história está registrada no Diário de Brasília, segundo o historiador Elias Manoel.
Curiosamente, a segunda pessoa a ser enterrada no cemitério foi Benedito Segundo, motorista de Sayão, que faleceu no mesmo dia da morte do engenheiro, após sofrer um ataque cardíaco ao receber a notícia. O enterro de Sayão foi marcado por uma grande comoção popular, e sua contribuição para a construção da capital foi homenageada com a denominação da rodovia onde ocorreu o acidente em seu nome.