Belém, capital do Pará, está se preparando para receber a COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que ocorrerá em novembro de 2025. A cidade espera receber cerca de 50 mil visitantes, incluindo delegações de mais de 190 países, cientistas e representantes da sociedade civil. No entanto, a alta nos preços das diárias dos hotéis tem gerado preocupação e tensões entre os organizadores e os participantes do evento.
Para ampliar a oferta de hospedagem, a rede hoteleira local está se adaptando, com a preparação de escolas e a reforma de motéis para funcionarem como pousadas temporárias. Um exemplo é um motel que está reformando seus quartos e áreas comuns a pedido de um consulado, embora a reserva ainda não tenha sido confirmada. Além disso, uma vila exclusiva está sendo construída para acomodar executivos de uma empresa paulista, utilizando materiais sustentáveis.
O governo federal lançou uma plataforma oficial de hospedagens, inicialmente destinada a delegações diplomáticas, que deverá abrir para o público geral em breve, com mais de 2 mil imóveis cadastrados. Parte dos visitantes ficará em transatlânticos ancorados no porto de Belém, com 800 cabines já reservadas. No entanto, a pressão internacional para a transferência do evento devido aos altos preços continua, com países em desenvolvimento expressando preocupações sobre a acessibilidade da conferência.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que alguns países solicitaram oficialmente a mudança do evento para outra cidade, citando diárias que aumentaram até 15 vezes em relação aos preços normais. A situação gerou um mal-estar diplomático, e o embaixador ressaltou que o setor hoteleiro precisa se conscientizar da gravidade do problema, enquanto o governo continua negociando para garantir a participação de todos os interessados na conferência.