O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira, 1º, que o Brasil superou "ciclos de atraso" e enfatizou o papel da Corte em impedir retrocessos democráticos. A declaração foi feita durante a abertura da sessão do segundo semestre do Judiciário, onde Barroso destacou a importância da história do país, marcada por golpes e intervenções militares desde o início da República até o fim do regime militar.
Barroso utilizou um panorama histórico de 100 anos para contextualizar seu discurso, ressaltando que o sistema de justiça não conseguiu se opor de maneira eficaz às ameaças autoritárias e às violações da legalidade constitucional ao longo do tempo. O ministro também fez referência a sanções impostas pelos Estados Unidos ao colega Alexandre de Moraes, indicando um tom de defesa do Judiciário.
O presidente do STF recordou experiências pessoais da ditadura militar, mencionando a censura a jornalistas e a tortura de opositores. "Eu e muitos de nós aqui vivemos numa ditadura. Conhecemos pessoas que foram torturadas e jornalistas que tiveram suas vozes silenciadas", afirmou Barroso, reforçando a relevância do constitucionalismo e da democracia para sua geração.
A fala de Barroso ocorre em um momento de crescente tensão política no Brasil, onde o fortalecimento das instituições democráticas é visto como crucial para a estabilidade do país. O ministro concluiu seu pronunciamento destacando a necessidade de vigilância constante contra qualquer tentativa de retrocesso democrático.