O Commonwealth Bank of Australia, maior banco do país, reverteu a demissão de 45 funcionários do setor de atendimento que seriam substituídos por uma nova inteligência artificial. A decisão foi anunciada em 21 de agosto de 2025, após ação movida pelo Sindicato do Setor Financeiro (FSU) no tribunal de relações trabalhistas australiano. O sindicato alegou falta de transparência da instituição financeira, que justificou os cortes afirmando que um novo ‘bot’ estava reduzindo as chamadas recebidas em cerca de 2.000 por semana.
Após a pressão, um porta-voz do CBA admitiu que a avaliação inicial foi falha e não considerou adequadamente todas as questões comerciais relevantes. A instituição, que emprega mais de 51.000 pessoas, pediu desculpas aos funcionários impactados e ofereceu três opções: permanecer nas funções atuais, buscar uma realocação ou optar pelo desligamento voluntário. O caso foi celebrado pelo sindicato como uma ‘vitória enorme’, refletindo o crescente debate sobre o impacto da IA no mercado de trabalho.
A reversão ocorre em um contexto onde instituições financeiras globalmente estão explorando o uso da tecnologia para otimizar operações e melhorar a experiência do cliente, mas isso gera incertezas sobre a segurança dos empregos. Um relatório da Bloomberg Intelligence projetou que até 200.000 empregos poderiam ser cortados no setor bancário global nos próximos anos devido à automação. No Brasil, bancos já utilizam IA para digitalizar serviços, mas ainda sem demissões em massa, enquanto sindicatos monitoram a situação com preocupação.