O bagre-cego de Iporanga (Pimelodella kronei), primeiro peixe de caverna descoberto e descrito no Brasil, é uma espécie endêmica que vive exclusivamente no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), localizado a 330 km da capital paulista. Este peixe se destaca por sua ausência de pigmentação e olhos atrofiados, adaptando-se a ambientes subterrâneos sem entrada de luz. Embora existam outras espécies de bagres-cegos em cavernas ao redor do mundo, o bagre-cego de Iporanga é único e representa a biodiversidade do PETAR.
O PETAR, que abriga a segunda maior concentração de cavernas do Brasil, possui 521 das 718 formações cadastradas no estado de São Paulo. Os ecossistemas dessas cavernas são frágeis e dependem de nutrientes que vêm do exterior, como detritos e matéria orgânica. O bagre-cego, como outros troglóbios, desenvolveu hábitos alimentares onívoros e um metabolismo lento para sobreviver em condições adversas, utilizando o olfato para encontrar parceiros na reprodução.
A proteção do habitat do bagre-cego é vital para a conservação da biodiversidade local. A caverna Areias de Cima, onde se concentra a maior população dessa espécie, tem acesso restrito desde a década de 1980 para garantir sua preservação. O PETAR, aberto desde 1958, possui núcleos de visitação que permitem ao público conhecer essa rica biodiversidade e a importância da conservação dos ecossistemas subterrâneos.