A B3, bolsa de valores do Brasil, realizou a liquidação da primeira Cédula do Produto Rural (CPR) pública voltada para investidores pessoas físicas, com um valor total de R$ 1,5 bilhão. A emissão foi realizada pela Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do país, e a operação foi coordenada pelo Itaú BBA e pela XP. Essa iniciativa marca um avanço significativo no acesso ao mercado financeiro, permitindo que investidores de varejo diversifiquem suas carteiras com um produto isento de imposto de renda.
Tradicionalmente, a CPR é utilizada em negociações bilaterais entre produtores rurais e cooperativas ou como lastro para a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). A inclusão da CPR no portfólio de investimentos para pessoas físicas representa uma nova forma de captação de recursos para as empresas, com menores custos. Bernardo Mello, superintendente de Captação e Crédito na B3, destacou a importância dessa operação para o mercado e as novas oportunidades que ela traz.
Criada pela Lei Nº 8.929 de 1994, a CPR é um título que representa a promessa de entrega futura de produtos agropecuários e é essencial para o financiamento da cadeia produtiva do agronegócio. Com a regulamentação atual, as CPRs devem ser registradas em entidades autorizadas pelo Banco Central, como a B3, para garantir sua validade. Essa mudança pode impulsionar ainda mais o desenvolvimento do setor agrícola e fortalecer a economia brasileira.