O setor de aviação agrícola brasileiro registrou um crescimento de 8% no último ano, consolidando-se como uma ferramenta estratégica para o agronegócio nacional. Os dados foram apresentados durante o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil, realizado em Mato Grosso, que reuniu empresários, pesquisadores e autoridades de mais de 12 países. A expansão acompanha um movimento global de modernização tecnológica e diversificação de uso das aeronaves, que agora também são empregadas no combate a incêndios florestais e em operações de monitoramento ambiental.
Atualmente, o Brasil possui 2.722 aeronaves agrícolas registradas, tornando-se a segunda maior frota do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A maior parte das operações ocorre de forma contínua no país, ao contrário dos EUA, onde as atividades são concentradas em poucos meses devido ao clima. Entretanto, o Nordeste enfrenta desafios significativos, como restrições legais e resistência social, que limitam a adoção da aviação agrícola na região.
Apesar do crescimento, o setor se preocupa com as tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente com a aplicação de tarifas sobre produtos agrícolas que podem impactar a aviação. O governo federal está em negociações para mitigar os efeitos dessas tarifas e busca novos mercados. As inovações tecnológicas, como aeronaves elétricas e drones, prometem transformar a aviação agrícola, mas a formação de mão de obra especializada se torna cada vez mais necessária para atender à demanda crescente.