A indústria de fundos imobiliários (FIIs) no Brasil está diante de uma nova etapa de amadurecimento, com discussões em andamento sobre avanços regulatórios que podem aumentar a liquidez e atrair capital estrangeiro. Entre os principais pontos debatidos estão a possibilidade de aceitação dos FIIs como garantia em operações financeiras e sua inclusão no Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira. Vinicius Duarte, head da mesa de fundos listados da XP, afirma que essas medidas podem abrir um potencial enorme para o mercado, especialmente para investidores que utilizam derivativos.
Além disso, o setor acompanha melhorias regulatórias, como a autorização para recompra de cotas pelos fundos, uma ferramenta que pode ajudar a corrigir distorções de preço em períodos de juros elevados. André Freitas, CEO da Hedge Investments, ressalta que essa prática já é comum em mercados mais maduros e pode trazer valor adicional aos fundos. Apesar do crescimento do setor, que já conta com mais de 400 fundos listados, ainda existem barreiras para consolidar a presença dos FIIs nos mercados globais, como exigências de governança e padronização contábil.
Os especialistas concordam que, embora o Brasil enfrente desafios macroeconômicos, como juros reais elevados, as mudanças regulatórias podem ser um passo importante para diversificar a base de investidores e ampliar o capital disponível. A inclusão dos FIIs no Ibovespa poderia trazer um fluxo passivo significativo de recursos, semelhante ao que ocorre nos Estados Unidos com os REITs. O futuro dos FIIs no Brasil dependerá da superação dessas barreiras e da adaptação às exigências internacionais.
