Tanques israelenses avançaram para uma nova área nos arredores da Cidade de Gaza, provocando destruição e deslocamento de moradores. O episódio ocorreu às vésperas de uma reunião em Washington, nesta quarta-feira (27), presidida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dedicada à guerra no território palestino. Durante a ofensiva, os blindados entraram no bairro de Ebad-Alrahman, no norte da Cidade de Gaza, na noite de terça-feira (26). Casas foram bombardeadas, resultando em feridos e forçando famílias a buscar refúgio no centro urbano. Israel indicou que parte da população, estimada em um milhão de pessoas, será orientada a deixar a região. Apesar disso, líderes religiosos anunciaram que permanecerão. Em comunicado conjunto, o Patriarcado Ortodoxo Grego e o Patriarcado Latino de Jerusalém afirmaram que clérigos e freiras não deixarão a Cidade de Gaza, sustentando que fugir para o sul significaria uma sentença de morte. O porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, disse que a saída da população é inevitável e que o país começou a facilitar a entrada de tendas para abrigos temporários. Segundo ele, há áreas desocupadas no sul da Faixa, bem como nos campos centrais e em Al-Mawasi. Autoridades palestinas e da ONU estimam, porém, que seriam necessárias 1,5 milhão de barracas para atender aos deslocados. O papa Leão XIV lançou um apelo enfático para encerrar o conflito, que já dura quase dois anos. Durante a audiência semanal, pediu um cessar-fogo permanente, a libertação de reféns e o respeito ao direito internacional humanitário, destacando a necessidade de proteger civis e impedir deslocamentos forçados. Ainda na quarta-feira, todos os países do conselho de segurança da ONU, exceto os EUA, chamaram a fome em Gaza como “crise provocada pelo homem”. E em uma declaração conjunta, 14 dos 15 países membros do conselho pediram por um cessar-fogo duradouro e imediato.