O governo da Austrália anunciou a expulsão do embaixador iraniano Ahmad Sadeghi e de três funcionários diplomáticos, após a ASIO (Organização de Inteligência de Segurança da Austrália) identificar o envolvimento do regime do Irã em ataques antissemitas no território australiano. A decisão foi divulgada nesta terça-feira, 26 de agosto de 2025, pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, em Canberra. Além disso, o governo australiano classificou a Guarda Revolucionária Iraniana como organização terrorista, seguindo o exemplo dos Estados Unidos em 2019.
A ASIO revelou uma ligação direta entre a Guarda Revolucionária e dois ataques antissemitas ocorridos em 2024, incluindo um incêndio criminoso em um restaurante kosher em Sydney e a invasão de uma sinagoga em Melbourne. Albanese descreveu esses atos como agressões orquestradas por uma nação estrangeira em solo australiano, enfatizando que o Irã tentou transferir o conflito do Oriente Médio para a Austrália. O primeiro-ministro destacou que os ataques visavam prejudicar a comunidade judaica australiana e semear divisão.
A expulsão do embaixador marca um momento histórico, sendo a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que a Austrália toma tal medida. A ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, também alertou os cidadãos australianos no Irã para que deixem o país, ressaltando que a capacidade do governo de protegê-los é limitada. As investigações sobre o envolvimento iraniano em outros ataques antissemitas na Austrália continuam, com a ASIO enfatizando que não acredita que o regime seja responsável por todos os atos de antissemitismo no país.