Nos últimos anos, o preço da carne bovina e suína na Europa apresentou um aumento significativo, conforme aponta o relatório AgriMercati da Ismea, instituição ligada ao Ministério da Agricultura da Itália. As carnes de bovinos adultos tiveram uma alta de 16%, enquanto a produção de carne suína está em recuperação após dois anos de retração, influenciada pela diminuição da demanda da China.
Gian Paolo Braceschi, CEO da Good Senses, destaca que o preço nem sempre reflete a qualidade do produto. Em sua análise, carnes com preços mais baixos frequentemente apresentam qualidade superior em comparação às mais caras. A avaliação leva em conta aspectos como cor, textura e sabor, além de fatores relacionados ao corte e ao cozimento.
O consumo per capita de carne na Itália se manteve estável nos últimos cinco anos, variando entre 78 e 80 quilos anuais, com 18 a 20 quilos correspondendo à carne bovina. Giuseppe Rocchi, diretor comercial da Tönnies Fleisch Italia, observa que o aumento nos custos da matéria-prima, impulsionado por conflitos no Oriente Médio e pela abertura de novos mercados, tem impactado o setor. A empresa projeta um faturamento de 120 milhões de euros em 2025, refletindo um crescimento em relação aos anos anteriores.
A Itália, embora reconhecida pela criação de gado, ainda depende da importação de bovinos adultos para atender à demanda interna. Rocchi explica que 70% da carne processada é reexportada, e muitos animais são engordados no país antes de serem abatidos no exterior, o que eleva os custos. A empresa busca otimizar esse processo, comprando animais inteiros e processando-os localmente, eliminando etapas desnecessárias na cadeia produtiva.