Em 2022, o Rio de Janeiro registrou 771 casos de divulgação não autorizada de imagens íntimas, um aumento alarmante de 1.200% desde 2018, conforme levantamento do Instituto de Segurança Pública. As vítimas, em sua maioria mulheres, relatam experiências traumáticas, incluindo perseguições e ameaças. Uma das vítimas, identificada como X., compartilhou que sua foto foi visualizada por 7 mil pessoas em um site, e que recebeu propostas de homens em busca de serviços sexuais, o que impactou sua vida profissional e pessoal.
O ex-marido de X., Sandro da Silveira Silva, foi preso em 13 de julho por descumprimento de medida protetiva, após ser denunciado 11 vezes pela vítima. A defesa de Sandro argumenta que a prisão se baseia em prints de tela sem comprovação técnica. A juíza Camila Guerin, especialista em violência doméstica, destaca que crimes digitais podem ter um impacto psicológico mais severo do que agressões físicas, devido à sua natureza viral e duradoura.
Além disso, a situação de Y., outra vítima, ilustra o sofrimento causado por relações abusivas e a exposição indevida, que, segundo especialistas, afeta a saúde mental das mulheres de maneira significativa. O aumento desses crimes no Brasil, com pelo menos quatro processos diários relacionados à divulgação de imagens íntimas sem consentimento, levanta preocupações sobre a segurança e o bem-estar das mulheres na era digital.