O auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, identificado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) como ‘comparsa’ em um esquema bilionário de fraudes de ICMS, foi promovido quatro vezes na Secretaria Estadual da Fazenda. Gouveia já ocupou um cargo na Corregedoria de Fiscalização Tributária, responsável por investigar a conduta dos auditores, e sua última promoção ocorreu em 2022, mesmo durante a investigação sobre o esquema de corrupção que beneficiou empresas como Ultrafarma e Fast Shop.
De acordo com as investigações, Gouveia auxiliava o auditor Artur Gomes da Silva Neto, preso na Operação Ícaro, deflagrada em 12 de agosto. O MPSP revelou que empresários pagaram propina para que auditores adiantassem o ressarcimento e aumentassem os créditos de ICMS. O governo paulista defendeu que as promoções atenderam a critérios técnicos e foram realizadas em gestões anteriores, mas a situação levanta sérias preocupações sobre a ética e a transparência no serviço público.
As implicações desse caso são profundas, uma vez que expõem falhas no sistema de fiscalização tributária e a possibilidade de conivência entre servidores públicos e empresários. O MPSP já abriu processos administrativos contra outros seis auditores envolvidos, enquanto Gouveia permanece afastado e sob investigação. A descoberta de valores significativos em dinheiro e criptomoedas em posse do auditor reforça as suspeitas sobre a gravidade das fraudes e a necessidade urgente de reformas no setor fiscal paulista.