A prática de atividades ao ar livre é fundamental para prevenir o surgimento de casos de miopia em crianças e adolescentes, segundo um estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). O relatório, que será formalmente apresentado no 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia em Curitiba, destaca que a prevalência da miopia é alarmante, variando de 1,06% em comunidades quilombolas rurais a 20,4% em áreas urbanas. Atualmente, 7,6% das crianças e adolescentes brasileiros entre 3 e 18 anos são afetados pela condição.
O CBO aponta que a combinação de fatores genéticos e ambientais contribui para o aumento da miopia, com crianças cujos pais são míopes apresentando até cinco vezes mais chances de desenvolver a doença. A pesquisa também revela que a exposição solar tem um efeito protetor significativo; apenas 40 minutos diários de atividades externas podem reduzir consideravelmente o risco. A pandemia de covid-19 exacerbou o problema, com uma queda drástica no tempo dedicado a atividades ao ar livre.
Além dos desafios relacionados à saúde ocular, o envelhecimento da população míope pode aumentar os custos para o sistema de saúde devido a complicações associadas à doença. Especialistas defendem a implementação de políticas públicas que promovam triagens visuais nas escolas e campanhas educativas sobre a importância do tempo ao ar livre desde a infância. Essas medidas são essenciais para garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.