A prática de atividades ao ar livre é essencial para prevenir o surgimento de casos de miopia em crianças e adolescentes, conforme aponta o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). O relatório foi apresentado durante o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, realizado em Curitiba (PR), e revela que a doença atinge 7,6% dos jovens brasileiros, com uma prevalência alarmante de 20,4% em áreas urbanas, em contraste com apenas 1,06% em comunidades quilombolas rurais.
O CBO destaca que a miopia resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, sendo que crianças com pais míopes têm até cinco vezes mais chances de desenvolver a condição. Além disso, hábitos como a leitura prolongada em ambientes fechados e a redução do tempo ao ar livre estão associados ao aumento da doença. A publicação também menciona o impacto negativo do confinamento durante a pandemia de covid-19, que levou a um aumento significativo da prevalência da miopia em locais como Hong Kong.
Diante desse cenário, especialistas defendem a implementação de políticas públicas que incluam triagem visual nas escolas e campanhas educativas sobre a importância das atividades externas desde a infância. O envelhecimento da população míope também representa um desafio para o sistema de saúde, pois altos graus da doença podem resultar em complicações onerosas. Portanto, é crucial que as famílias sejam orientadas sobre a importância das consultas oftalmológicas regulares.