Dois ataques distintos na Colômbia deixaram ao menos 18 mortos e dezenas de feridos na noite de quinta-feira, 21 de agosto de 2025, em um dos episódios mais violentos desde a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016. Um helicóptero da polícia foi atingido por um drone durante uma operação de erradicação de plantações de coca em Antioquia, resultando na morte dos 12 agentes a bordo. Horas depois, um carro-bomba explodiu próximo à Escola de Aviação Militar Marco Fidel Suárez, em Cali, matando seis pessoas e ferindo mais de 60, conforme o balanço da prefeitura.
O prefeito de Cali, Alejandro Eder, decretou lei marcial na cidade e impôs restrições à circulação de caminhões pesados, além de oferecer uma recompensa de US$ 10 mil por informações sobre os responsáveis pelos ataques. O presidente Gustavo Petro afirmou que os atentados foram organizados por dissidentes das Farc e convocou um conselho de segurança para discutir novas medidas de proteção. Inicialmente, a queda do helicóptero havia sido atribuída ao Clã do Golfo, mas a investigação foi posteriormente direcionada às dissidências da antiga guerrilha.
O Ministério da Defesa classificou as ações como terroristas e garantiu que o Estado não cederá ao terrorismo, prometendo punir os responsáveis com rigor. A violência ocorre em um contexto de aumento das áreas cultivadas com coca na Colômbia, que atingiram um recorde de 253 mil hectares em 2023. Nos últimos meses, os ataques com drones têm se intensificado no país, refletindo a crescente instabilidade relacionada ao tráfico de drogas.