A Associação de Baianas de Acarajé (Abam) manifestou, nesta segunda-feira (4), sua desaprovação em relação às recentes adaptações na receita do acarajé, que agora é servido como 'acarajé do amor' em Maceió (AL) e Aracaju (SE). A presidente da Abam, Rita Santos, enfatizou que o acarajé é um alimento sagrado, intrinsecamente ligado à cultura baiana, e não deve ser tratado como uma moda passageira.
Santos destacou que a tradição do acarajé, reconhecida e protegida desde 2005, deve ser respeitada e preservada. "Mudar a receita pode alterar não somente o sabor, mas também a tradição e a história que ele carrega", afirmou, ressaltando que cada ingrediente tem um significado cultural profundo.
A polêmica surgiu após a introdução do 'acarajé do amor', que é servido com doces e morangos, em contraste com os acompanhamentos tradicionais como caruru e vatapá. A empreendedora sergipana Ingrid Carozo, responsável pela criação do prato, defendeu sua inovação como uma forma de adaptação ao mercado, mas reconheceu a divisão de opiniões sobre o tema.
A Abam, por sua vez, reafirmou seu compromisso com a autenticidade do acarajé, afirmando que a iguaria existe há mais de 200 anos e que a preservação de sua receita original é crucial para a identidade cultural afro-brasileira. A polêmica em torno do acarajé reflete um debate mais amplo sobre a inovação na gastronomia e o respeito às tradições.