O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, manifestou sua oposição às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Fraga destacou que essa medida carrega um viés político inaceitável e que o Brasil foi afetado por um canal político explícito.
Durante a entrevista, Fraga afirmou que a tarifa elevada pode ser fatal para diversos setores da economia brasileira, embora a lista de exceções tenha trazido um alívio temporário. Ele ressaltou que o impacto do aumento das tarifas ainda é incerto, mas que a situação permanece preocupante.
Trump assinou na última quinta-feira (31) uma ordem executiva que estabelece novas tarifas recíprocas para vários países, com a maioria das medidas entrando em vigor a partir de 7 de agosto. Enquanto alguns países, como a Argentina, conseguiram tarifas mais baixas, o Brasil e outros enfrentam encargos significativos, variando de 10% a 41%.
Fraga também defendeu a soberania do Brasil, afirmando que a interferência política dos EUA em assuntos internos não é aceitável. "A nossa democracia, embora imperfeita, funciona", concluiu o economista, enfatizando que o Brasil não deve ceder às pressões externas.