O economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, classificou como "barbaridade" e "retrocesso" a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada neste sábado (2 de agosto de 2025), Fraga destacou que o Brasil se envolveu na questão por motivos políticos, em vez de econômicos, como outras nações.
Trump formalizou a tarifa em um decreto assinado na quarta-feira (30 de julho), excluindo 694 produtos, como suco de laranja e aeronaves civis. O governo norte-americano justificou a medida citando "perseguição" e "intimidação" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Fraga expressou preocupação com o impacto da tarifa em setores importantes da economia brasileira, afirmando que a situação é complexa e gera repercussões internas.
Além de criticar a intervenção dos EUA na democracia brasileira, Fraga defendeu a necessidade de o Brasil se engajar em um processo de abertura comercial unilateral. Ele ressaltou que o país enfrenta desafios relacionados ao protecionismo e que, apesar das dificuldades, é essencial buscar negociações que possam beneficiar a economia nacional. Fraga concluiu que, se a aplicação de tarifas levar a uma abertura racional do Brasil, isso pode ser positivo tanto para o país quanto para os Estados Unidos.