A Arábia Saudita executou dois cidadãos sauditas nesta segunda-feira (4) sob a acusação de 'terrorismo', elevando para 17 o total de execuções realizadas em apenas três dias, conforme informações de anúncios oficiais. No último fim de semana, o país já havia executado 15 pessoas, incluindo oito no domingo, entre elas sete estrangeiros por contrabando de haxixe e um saudita por homicídio.
Desde o início de 2023, mais de 230 pessoas foram executadas na Arábia Saudita, com mais de 150 dessas execuções relacionadas a crimes envolvendo drogas. O aumento no número de execuções pode levar o reino a ultrapassar o recorde de 338 penas de morte registradas no ano passado, segundo especialistas.
A organização de defesa dos direitos humanos Reprieve, com sede em Londres, destacou um aumento significativo nas execuções por crimes relacionados a entorpecentes, especialmente cannabis, em um momento em que muitos países estão avançando na descriminalização dessas substâncias. Especialistas atribuem esse crescimento à intensificação da 'guerra contra as drogas' promovida por Riade em 2023, focando no consumo de captagon, substância da qual a Arábia Saudita é um dos principais mercados, conforme a ONU.
As autoridades sauditas defendem a pena de morte como uma medida necessária para a manutenção da ordem pública, afirmando que as execuções ocorrem somente após o esgotamento de todas as vias de apelação. No entanto, defensores dos direitos humanos argumentam que essa prática contradiz a imagem de modernidade que o reino deseja projetar internacionalmente.