O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Beber, comemorou a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de suspender a moratória da soja, considerada um marco para os produtores rurais. Em entrevista ao Poder360, Beber afirmou que o acordo, estabelecido em 2006 para barrar a compra de soja de áreas desmatadas, era uma formação de cartel que limitava a livre iniciativa. Segundo ele, a legislação ambiental brasileira é suficiente para garantir a sustentabilidade da produção agrícola.
Beber destacou que o Código Florestal e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) já oferecem ferramentas adequadas para monitorar o cumprimento das normas ambientais. Ele criticou a moratória, que foi criada antes do Código Florestal, e argumentou que as empresas e ONGs internacionais continuam a aderir ao pacto, prejudicando pequenos e médios produtores. Para Beber, a decisão do Cade foi histórica ao instaurar um processo administrativo baseado em indícios de formação de cartel e violação do direito concorrencial.
O dirigente enfatizou que a discussão sobre sustentabilidade deve ocorrer dentro dos limites legais e que não se pode excluir produtores do mercado com regras próprias. A moratória da soja, estabelecida em 2006 como resposta à pressão internacional para evitar o desmatamento, é vista por muitos no agronegócio como uma barreira à concorrência. Enquanto isso, organizações ambientais defendem o acordo como uma ferramenta essencial para proteger a imagem do Brasil no exterior e reduzir o desmatamento em áreas críticas.