Estimativas de especialistas em segurança pública indicam que apenas 2% a 3% da cocaína produzida nos países vizinhos, Peru e Colômbia, é apreendida na Rota do Solimões, na Amazônia. Essa região, atualmente dominada pelo Comando Vermelho, apresenta um cenário alarmante, onde a falta de controle nas fronteiras permite que o tráfico utilize os rios para escoar grandes volumes de drogas com baixo risco de detecção. A análise de imagens de satélite revela que as plantações de coca se adaptaram ao clima amazônico, tornando a situação ainda mais crítica.
A ausência de fiscalização efetiva entre o Brasil e seus vizinhos resulta em uma fronteira praticamente desguarnecida, onde não há postos das Forças Armadas ou órgãos de controle. Entre Tabatinga, no Brasil, e Letícia, na Colômbia, a movimentação é livre, o que facilita a atuação do crime organizado em uma área equivalente ao território de Portugal. O pesquisador Cesar Mello destaca que as apreensões são irrisórias em comparação à produção total, que gira em torno de milhares de toneladas.
Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade urgente de ações governamentais para enfrentar o tráfico de drogas e proteger a segurança pública. A ineficácia das medidas atuais pode levar a um aumento da violência e da influência do crime organizado na região, exigindo uma resposta coordenada entre os países envolvidos para reverter essa situação alarmante.