Após dois anos de negociações para integrar o centrão ao governo, o apoio dos partidos de centro à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se mostrado cada vez mais frágil. Recentemente, a formalização da Federação União Progressista, composta por União Brasil e PP, e a derrota do governo na CPMI do INSS revelaram a deterioração das alianças. Embora PP, União Brasil e Republicanos ainda mantenham cinco ministérios, as articulações para as eleições de 2026 já indicam um possível afastamento do governo.
A atual aliança foi estabelecida durante uma reforma ministerial que ocorreu entre agosto e setembro de 2023, quando os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiram os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos, respectivamente. No entanto, essa estratégia não garantiu uma base sólida de apoio para o Planalto, que enfrenta dificuldades em consolidar sua governabilidade. Com as negociações para 2026 em curso, os partidos centristas começam a se reposicionar, mesmo sem decisões imediatas sobre rompimentos.
A recente vitória da oposição na CPMI do INSS, que resultou na troca de relator e na perda do comando por parte do governo, é um sinal claro das tensões internas. Ciro Nogueira (PP), aliado de Jair Bolsonaro, já declarou que o desembarque do governo é iminente. Com a nova federação controlando cerca de 20% do Congresso, os desdobramentos políticos podem afetar significativamente a capacidade de Lula em implementar suas políticas nos próximos anos.