A animação O Canto da Lua, protagonizada pelos indígenas Tupinambá, foi lançada no último sábado (16) na Comunidade Olhos D’Água, localizada em Ilhéus, Bahia. Com roteiro criado coletivamente, o curta-metragem combina a estética do anime com narrativas ancestrais, abordando a desconexão provocada pelas tecnologias digitais e a necessidade de reconexão com a natureza. A obra foi exibida virtualmente no YouTube na quarta-feira (20) e terá sessões em escolas públicas de Cabrália e Olivença durante todo o mês de agosto.
O filme é resultado de oficinas promovidas pela ONG Thydêwá e enfatiza a importância do protagonismo indígena em todas as etapas de sua produção. Kamaywha Tupinambá, uma das protagonistas, destaca que a animação busca conscientizar sobre os efeitos da hiperconectividade, especialmente entre crianças e jovens. O diretor Sebastian Gerlic reforça que a mensagem do filme é um convite à reflexão sobre o uso consciente das tecnologias e a valorização das interações humanas e da natureza.
Com uma abordagem inovadora, O Canto da Lua foi filmado inteiramente na aldeia e transformado em animação utilizando diferentes tecnologias. A obra também se destaca pela inclusão, apresentando versões em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas em inglês e espanhol. A animação não apenas entretém, mas também provoca uma discussão essencial sobre o equilíbrio entre modernidade e tradições ancestrais.