A América Latina enfrenta um atraso significativo na implementação de redes 5G, conforme alerta Ari Lopes, analista da Omdia, durante o Telco Transformation 2025, realizado no Rio de Janeiro. Lopes destacou que a região está atrás de outras partes do mundo em penetração de 5G, com muitos países ainda sem realizar leilões de espectro ou com implementações limitadas. O Brasil, por outro lado, se destaca como uma exceção, com 45 mil ERBs de quinta geração e atração de novos entrantes no mercado.
Apesar do avanço do Brasil, as operadoras latino-americanas enfrentam um ciclo de controle de custos que pode perdurar até 2026, resultando em dificuldades financeiras e estagnação nas receitas. Em 2024, a receita móvel das operadoras brasileiras cresceu apenas 0,7%, enquanto no México o aumento foi de 1,7%. Lopes observa que, enquanto outras regiões já exploram novos serviços com 5G, como network slicing e inteligência artificial, isso ainda não ocorre no Brasil.
As operadoras da América Latina vivem um cenário delicado, com algumas entrando em recuperação judicial devido à falta de um mercado sustentável. Embora o Brasil mantenha margens Ebitda confortáveis entre suas principais operadoras móveis, a estratégia atual de migração de clientes pré-pagos para planos pós-pagos não é sustentável a longo prazo. Para garantir uma rentabilidade saudável no futuro, será crucial desenvolver novas fontes de receita sobre a rede 5G.