O mundo enfrenta uma crescente ameaça nuclear, 80 anos após os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), em 2024, existem cerca de 12.100 ogivas nucleares globalmente, sendo aproximadamente 3.900 prontas para uso imediato, refletindo um aumento em relação aos anos anteriores. O cenário geopolítico atual é marcado por instabilidade e um enfraquecimento dos acordos multilaterais de desarmamento.
Nove países possuem oficialmente armas nucleares, com os Estados Unidos e a Rússia concentrando a maior parte do arsenal. A guerra na Ucrânia trouxe a ameaça nuclear de volta ao discurso político, com o presidente russo Vladimir Putin fazendo menções frequentes ao arsenal atômico do país e posicionando armas nucleares táticas em Belarus. Em 2023, a Rússia abandonou o tratado New START, aumentando as preocupações sobre um possível erro de cálculo entre potências nucleares.
O programa nuclear do Irã também gera tensões, especialmente após a saída dos EUA do Acordo Nuclear em 2018. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou que o Irã possui urânio enriquecido suficiente para fabricar múltiplas ogivas, caso decida seguir por esse caminho. Enquanto isso, Israel, que nunca confirmou oficialmente ter armas nucleares, é amplamente acreditado que mantenha um arsenal de cerca de 90 ogivas, operando fora de tratados internacionais.
Por fim, o crescimento acelerado do programa nuclear da China, que pode ultrapassar mil ogivas até o final da década, representa uma nova preocupação no cenário global. Com a recusa de Pequim em aderir a tratados de controle de armas, a corrida armamentista nuclear parece longe de um fim, exigindo atenção redobrada da comunidade internacional.