O bioma Amazônia apresentou um aumento de 4% nos alertas de desmatamento nos últimos 12 meses, totalizando 4.495 quilômetros quadrados (km²), em comparação aos 4.321 km² do período anterior. Apesar do crescimento, este é o segundo menor índice da série histórica. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), durante evento que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Em contraste, o bioma Cerrado registrou uma queda significativa de 20,8%, com alertas de desmatamento em 5.555 km², frente aos 7.014 km² do período anterior. No Pantanal, a redução foi ainda mais expressiva, com um declínio de 72%, totalizando 319 km², comparado a 1.148 km² no ciclo anterior. Além disso, o Pantanal também observou uma diminuição de 9% nos focos de incêndio, com 16.125 km² registrados.
Os dados apresentados referem-se à temporada 2024/2025, coletados entre agosto de 2024 e julho de 2025, e foram obtidos através do sistema Deter, que emite alertas sobre desmatamento e degradação ambiental. Durante o mesmo período, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu 3.976 autos de infração, resultando em multas que somaram R$ 2,4 bilhões e embargaram mais de 5 mil km² de áreas.
A especialista em conservação da WWF-Brasil, Ana Crisostomo, destacou que a redução do desmatamento na Amazônia é um indicativo de que políticas públicas eficazes podem trazer resultados positivos. No entanto, ela alertou sobre a importância de evitar retrocessos, enfatizando a necessidade de manter a integridade das licenças ambientais para proteger os biomas brasileiros e garantir um futuro sustentável para o país.