Avelino Gonçalves Lima, conhecido como Alvinho, chefe da facção Povo de Israel, faleceu na última quinta-feira (22) em um hospital na Zona Norte do Rio de Janeiro, aos 54 anos, em decorrência de complicações relacionadas ao câncer. Ele havia sido condenado a 46 anos de prisão por homicídio, roubo e estupro e lutava contra a doença em fase avançada, com metástases nos pulmões, fígado e intestino. Sua defesa tentava há meses garantir tratamento médico fora do sistema prisional, mas os pedidos foram repetidamente negados pela Justiça fluminense.
Desde o diagnóstico em março, a defesa de Alvinho protocolou 18 petições solicitando prisão domiciliar ou internação hospitalar para tratamento, todas rejeitadas. A advogada Flávia Fróes criticou a omissão do Judiciário e comparou a negligência médica no sistema prisional a práticas desumanas. A morte do traficante poderá acirrar debates sobre a responsabilidade do Estado em assegurar cuidados médicos adequados a detentos e pode resultar em ações judiciais contra o Judiciário e órgãos de direitos humanos.
Além das condenações, Alvinho tinha um histórico criminal extenso e era investigado por envolvimento em rebeliões e assassinatos dentro do sistema prisional. Sua morte não apenas encerra uma trajetória marcada por crimes violentos, mas também levanta questões sobre as condições de saúde dos presos e a eficácia do sistema judiciário em proteger os direitos humanos. A Vara de Execuções Penais ainda não se manifestou sobre o caso.