O bloqueio de cartões vinculados a redes norte-americanas de pagamentos, como Visa e Mastercard, levanta questões sobre como realizar compras no exterior. O ministro Alexandre de Moraes enfrentou essa situação e recorreu a um cartão da bandeira Elo, uma alternativa brasileira criada para reduzir a dependência das redes estrangeiras. O especialista em investimentos Jeff Patzlaff explica que, embora a Elo funcione no Brasil, sua aceitação internacional é restrita e depende de acordos com redes como Discover e Diners Club.
Patzlaff ressalta que, mesmo sendo uma bandeira nacional, a Elo não é totalmente independente do sistema financeiro global. A infraestrutura de processamento ainda está atrelada a sistemas internacionais, o que a torna vulnerável a sanções. Além disso, os cartões pré-pagos internacionais, conhecidos como travel money, também enfrentam limitações devido à dependência das bandeiras tradicionais. Para quem tem restrições com Visa e Mastercard, Patzlaff recomenda uma combinação de meios de pagamento, incluindo um cartão Elo internacional e uma quantia em espécie.
Em um cenário hipotético de bloqueio generalizado a toda população brasileira, as consequências poderiam ser catastróficas. Patzlaff alerta que o verdadeiro risco não seria apenas a falta de bandeiras, mas o acesso bloqueado a sistemas globais de pagamentos. Isso poderia isolar financeiramente o Brasil, dificultando até mesmo compras online em sites estrangeiros, semelhante ao que ocorreu com a Rússia após as sanções relacionadas à guerra na Ucrânia.