O preço do café arábica no mercado global registrou um aumento superior a 30% em agosto, conforme informações do presidente do Cecafé, Márcio Ferreira. O crescimento é atribuído principalmente ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos desde 6 de agosto, que complicou as exportações brasileiras e gerou incertezas no mercado. Ferreira enfatizou que essa situação torna difícil prever o limite dos novos preços, uma vez que os importadores americanos estão buscando grãos em outras origens devido à incerteza criada pela tarifa.
Além disso, a safra brasileira de arábica de 2025 apresentou um rendimento 10% inferior ao esperado, e a geada no Cerrado Mineiro poderá impactar a produção futura. Ferreira observou que a demanda por café está aumentando substancialmente na Europa e na Ásia, mas isso não se deve a um aumento no consumo local, já que países como a Alemanha estão ampliando as importações para reexportar o produto industrializado aos EUA, onde as tarifas são menores.
Por fim, Ferreira alertou que a alta nos preços pode levar o governo dos EUA a reconsiderar as tarifas, mas também representa um risco para o Brasil no longo prazo, pois pode incentivar o plantio de café em outras regiões do mundo. Os cafeicultores brasileiros, embora capitalizados pelos altos preços anteriores, estão adotando cautela na comercialização diante da incerteza do mercado.