Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro bloquearam as sessões da Câmara dos Deputados e do Senado nesta terça-feira (5), em protesto contra a prisão domiciliar do ex-mandatário. A obstrução foi liderada por senadores e deputados da oposição, que exigem a votação de três pautas: anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro, impeachment do ministro Alexandre de Moraes do STF e a proposta que extingue o foro privilegiado para parlamentares.
Durante a manhã, a oposição se manifestou na rampa do Congresso, e à tarde, ocupou as mesas diretoras dos Plenários, cobrindo a boca em alusão a uma mordaça. O senador Flávio Bolsonaro, do PL, afirmou que a ocupação continuará até que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, atenda às demandas da oposição, que considera as medidas contra Jair Bolsonaro severas e desnecessárias.
Por outro lado, líderes de partidos que apoiam o governo criticaram a obstrução, classificando-a como um "sequestro da mesa do parlamento". O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, ressaltou que a obstrução parlamentar é legítima, mas impedir o funcionamento das casas legislativas é inaceitável. O presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou o cancelamento da sessão e convocou uma reunião de líderes para discutir a pauta, enfatizando a importância do diálogo e do respeito institucional.