Um levantamento realizado pelo Metrópoles, com base em dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), revela que Alexandre de Moraes é responsável por 235 dos 236 mandados de prisão em aberto expedidos por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas um mandado, correspondente a 0,42%, foi assinado por Luiz Fux, datado de 2018 e relacionado a um caso de tráfico de drogas. Os mandados em aberto incluem nomes como Diego Dias Ventura e Leonardo Rodrigues de Jesus, ambos envolvidos em atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.
A concentração de mandados nas mãos de Moraes é significativa, considerando que antes dos eventos de 8 de janeiro, ações penais no STF eram incomuns devido a barreiras processuais e à competência constitucional restrita da Corte. Normalmente, o STF lidava apenas com autoridades com prerrogativa de foro, deixando a maioria dos crimes comuns para a primeira instância. No entanto, os casos relacionados aos ataques de 8 de janeiro são tratados no STF por envolverem ameaças diretas à Corte e a outras instituições.
As implicações desse levantamento são profundas, pois evidenciam uma mudança no papel do STF em relação à criminalidade e à proteção da democracia no Brasil. A judicialização desses casos reflete uma nova realidade em que a Corte se torna um ator central na luta contra a impunidade e os ataques à ordem democrática. A situação também levanta questões sobre a eficácia das medidas adotadas e o futuro das investigações relacionadas aos eventos de janeiro.