O presidente do Conselho da Open Society, Alex Soros, afirmou nesta quarta-feira, 20, que as tarifas e sanções impostas contra o Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são uma tentativa de interferência no regime político brasileiro, em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e em prejuízo ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “No caso do Brasil, é claramente uma tentativa de mudar o regime contra o Lula e a favor do Bolsonaro. Está claro na carta que foi enviada, está claro nas políticas, se é que podem ser chamadas de políticas”, disse Soros durante o seminário “Globalização, Desenvolvimento e Democracia” na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
Soros, filho do investidor bilionário George Soros, destacou que Trump utiliza tarifas como instrumento de poder, mas observou que Washington já estaria reconsiderando essa estratégia, especialmente após a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele ressaltou que os americanos têm um forte apreço pelo café brasileiro e que a interferência política de Trump tem gerado efeitos adversos, como o aumento do patriotismo nos países-alvo. “É muito melhor ser atacado por ele por motivos políticos do que ser amado por ele”, acrescentou.
Além disso, Soros comentou sobre a ausência dos Estados Unidos na COP30 e como isso representa uma oportunidade para o Brasil mostrar suas realizações em relação à emergência climática. Ele alertou que a falta de perspectivas futuras pode fazer com que a questão climática se torne secundária para a população. “Acho que nós não pensamos o suficiente no que as pessoas estão dispostas a sacrificar para combater a mudança climática”, concluiu.