O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, emitiu um comunicado na quinta-feira (31.jul.2025), antes de sua viagem a Israel e à Palestina, afirmando que o país "será obrigado a responder" a ameaças de anexação da Cisjordânia por parte de ministros israelenses. Wadephul destacou que, diante dessas ameaças, um número crescente de nações, incluindo várias na Europa, está disposto a reconhecer um Estado palestino, mesmo sem negociações prévias.
A declaração do ministro ocorre em um contexto de crescente preocupação internacional com a crise humanitária em Gaza, que se intensificou após o início da guerra em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas que resultou na morte de 1.200 israelenses. Desde então, mais de 60.000 palestinos foram mortos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, e a situação humanitária se deteriorou, com alertas sobre fome e desnutrição entre civis.
Wadephul classificou sua viagem como uma missão para apurar os fatos no local e reiterou a posição da Alemanha de que a paz na região só poderá ser alcançada por meio de negociações que visem a coexistência de dois Estados. Ele enfatizou que o processo de paz está em uma "encruzilhada" e que as discussões devem ser iniciadas imediatamente. Críticos, no entanto, apontam que a resposta da Alemanha ainda é excessivamente cautelosa, influenciada por um histórico de culpa relacionado ao Holocausto, o que pode enfraquecer a pressão ocidental sobre Israel.