Parlamentares da bancada do agro e empresários de setores como carne bovina, soja, milho e biodiesel intensificam articulações no Congresso Nacional para aprovar medidas que incentivem a exportação de proteínas brasileiras. A movimentação ganhou força após a carne bovina ter sido deixada de fora da recente lista de alívio tarifário anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerando apreensão no setor. A principal proposta em debate é a criação do Programa Nacional de Promoção Internacional das Proteínas Brasileiras (PNPIPB), prevista em minuta de projeto de lei que circula entre lideranças da Frente Parlamentar da Agropecuária.
O texto estabelece ações coordenadas de marketing e negociações comerciais para ampliar a presença da carne bovina, suína, de aves e derivados da soja no mercado internacional. O programa será gerido pelo Ministério das Relações Exteriores, com apoio da Apex-Brasil. Entre as medidas previstas estão a instalação de estandes permanentes em escritórios internacionais, campanhas publicitárias globais e a priorização das proteínas nas negociações comerciais. O projeto também propõe sobretaxas a países que impuserem barreiras à entrada de produtos brasileiros.
Além da minuta, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), ligado à frente do biodiesel, articula reuniões com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para destravar três projetos de lei que complementam a pauta do agro. A proposta legislativa destaca que, apesar das exportações recordes em 2023, o Brasil ainda depende de poucos mercados, como China e União Europeia. A diversificação de destinos é vista como estratégica para reduzir riscos e ampliar a competitividade global, especialmente considerando que o setor representa uma parte significativa do PIB nacional.