O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, experimentou uma queda drástica em sua popularidade nos últimos anos, passando de 51 milhões de votos na eleição presidencial de 2014 para apenas 85.341 votos nas eleições de 2022. Aécio, que disputou o segundo turno contra Dilma Rousseff e ficou a poucos votos da vitória, viu sua trajetória política se deteriorar devido a escândalos de corrupção que minaram sua credibilidade e a do PSDB.
Após a eleição de 2014, Aécio questionou a lisura do processo eleitoral e pediu auditorias, contribuindo para um clima de desconfiança nas urnas eletrônicas. Sua imagem foi ainda mais prejudicada por investigações da Operação Patmos, que o implicaram em casos de corrupção envolvendo propinas da JBS. A aproximação do PSDB com o governo de Michel Temer e a adesão de parte do partido ao discurso conservador de Jair Bolsonaro também refletiram a crise interna que o partido enfrentava.
As implicações dessa trajetória são profundas para o PSDB, que perdeu parte de sua identidade ao se alinhar com novas correntes políticas. Aécio Neves, que foi um dos principais líderes tucanos, agora simboliza a fragilidade do partido diante das mudanças no cenário político brasileiro. Sua queda acentuada nas urnas é um indicativo das dificuldades que o PSDB enfrenta para recuperar sua relevância em um ambiente cada vez mais polarizado.