O advogado Gregório Antônio Fernandes de Andrade foi condenado a pagar uma indenização ao policial penal Francisco Júnior Ribeiro, vítima de injúria racial, em Belo Horizonte. O incidente ocorreu em agosto de 2020, dentro do presídio Ceresp Gameleira, quando Andrade proferiu ofensas racistas após ser informado de que não poderia pedir a um preso, seu cliente, que escrevesse uma carta à família. Testemunhas relataram que o advogado tentou fugir do local, mas foi preso e algemado. A defesa de Andrade argumentou que a denúncia carece de provas concretas.
Francisco Júnior Ribeiro, atualmente residindo nos Estados Unidos, expressou sua confiança na Justiça brasileira durante uma entrevista por videoconferência. Ele destacou que a condenação representa não apenas uma reparação pessoal, mas também um passo significativo na luta contra o racismo. Os advogados de Ribeiro enfatizaram a importância da decisão em um contexto onde a injúria racial foi recentemente equiparada ao crime de racismo, tornando-se imprescritível e inafiançável.
Os dados do Observatório de Segurança Pública indicam um aumento nos casos de racismo em Minas Gerais, com 68 registros entre janeiro e abril de 2025, refletindo um crescimento de quase 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A condenação de Andrade é um sinal de que a Justiça está se posicionando contra atos de discriminação racial, em um momento em que a sociedade busca maior equidade e respeito às diversidades.