Os administradores do grupo de WhatsApp "Patriotas Cafelândia" foram condenados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) por práticas de perseguição durante as eleições de 2022. A decisão, proferida na última quarta-feira, 30, envolve o professor Davoine Francisco Colpani e o dentista Edson Parra Nani Filho, que divulgaram uma lista de boicote a eleitores que supostamente não votariam em Jair Bolsonaro (PL) antes do segundo turno das eleições.
O grupo, que contava com cerca de 300 participantes, disseminou uma lista que incluía comerciantes e prestadores de serviços, referindo-se a eles como "esquerdopatas" e "traidores". O objetivo era prejudicar seus negócios e empregos, incentivando os membros a não consumir produtos ou contratar serviços dos citados na lista. As vítimas relataram constrangimentos e riscos à sua integridade física e psicológica, além de prejuízos financeiros significativos.
Um dos casos mais graves relatados no processo envolveu uma comerciante que teve seu bar atacado com a explosão de uma bomba, resultando em uma queda de 60% na clientela. Outro comerciante recebeu ameaças para expor a bandeira do Brasil em apoio a Bolsonaro, o que também afetou seu faturamento. Os acusados, embora tenham admitido a divulgação da lista, negaram a autoria do boicote, mas o desembargador Luís Soares de Mello considerou as provas suficientes para a condenação.