Ações judiciais contra o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, podem resultar na recuperação de até R$ 2 bilhões para os cofres públicos. Apesar de acordos firmados por seus familiares que garantem a devolução de R$ 210 milhões, uma série de processos ainda está em andamento, quase três décadas após seu último mandato (1993-1996). As ações envolvem desvios relacionados a importantes obras viárias, como o túnel Ayrton Senna e o prolongamento da Avenida Água Espraiada.
O levantamento realizado pelo GLOBO revela que as multas associadas às ações, que incluem improbidade administrativa e dano ao erário, podem ultrapassar R$ 2 bilhões. O Ministério Público aponta que Maluf e outros envolvidos montaram um esquema de desvios que totalizou mais de US$ 300 milhões. Embora Maluf já tenha cumprido pena de prisão, a ação civil contra ele permanece sem desfecho, enquanto seus familiares foram incluídos no acordo de não persecução.
O promotor Silvio Antonio Marques, responsável por várias ações contra Maluf, critica a lentidão dos processos e reafirma seu compromisso em recuperar cada centavo desviado. Além disso, a Justiça de São Paulo está lidando com o espólio do ex-prefeito Celso Pitta, sucessor de Maluf, que também enfrenta ações judiciais. A situação do inventário de Pitta se complica devido à quantidade de processos pendentes, levando à possibilidade de declaração de insolvência do espólio, encerrando assim um ciclo de cobranças que se arrasta há décadas.