As ações do Banco do Brasil (BBAS3) encerraram o pregão de sexta-feira, 1º de setembro, com uma expressiva queda de 6,85%, cotadas a R$ 18,35, resultando em uma perda de mercado de R$ 7,7 bilhões. O movimento abrupto ocorreu após um início de sessão estável, com os papéis apresentando uma queda de 6,52% às 16h, após um período de oscilações moderadas.
A principal causa da desvalorização foi a divulgação de dados do Banco Central que mostraram um lucro líquido de apenas R$ 516 milhões para o Banco do Brasil em maio, indicando uma projeção de lucro trimestral de R$ 3,5 bilhões para o segundo trimestre de 2025. Este resultado representa uma queda de 31% em relação às expectativas do Bradesco BBI, que previa um lucro de R$ 4,89 bilhões, e uma revisão do Morgan Stanley, que agora estima um lucro de R$ 3,345 bilhões, uma redução de 50% em comparação ao primeiro trimestre de 2025.
Analistas atribuem a deterioração do crédito agrícola como o principal fator para o desempenho negativo. O BTG Pactual já havia ajustado o preço-alvo das ações de R$ 30 para R$ 24, mantendo uma recomendação neutra. A equipe de análise do banco destacou que a queda no lucro do segundo trimestre de 2025 deve ser de R$ 5 bilhões, com uma expectativa de revisão do guidance de lucro ajustado para entre R$ 21 e R$ 25 bilhões.
Os problemas estruturais que afetam o Banco do Brasil incluem a perda de protagonismo no agronegócio, a armazenagem terceirizada que enfraquece garantias em casos de inadimplência, e a entrada de novos produtores menos comprometidos com a adimplência. A queda nos preços das commodities agrícolas, especialmente da soja, também contribuiu para o aumento do endividamento e da inadimplência no crédito rural.