Na última quinta-feira (21), as ações da Natura (NATU3) se destacaram ao alcançar a maior taxa de aluguel do Ibovespa, com impressionantes 25,31%. A segunda colocada, Raízen (RAIZ4), ficou bem atrás, com 18,02%. Segundo análise do Bradesco BBI, essa alta reflete a percepção dos investidores sobre um cenário desafiador para os resultados da varejista no curto prazo, influenciado pela desaceleração das receitas no Brasil e pelas normalizações em mercados como México e Argentina.
O aluguel de ações permite que investidores que possuem papéis em carteira os emprestem a outros investidores mediante uma taxa. Quanto maior a demanda pelo empréstimo, mais elevada é a taxa cobrada. Os investidores de longo prazo costumam ser os “doadores” das ações, enquanto os “tomadores” buscam esses papéis temporariamente para estratégias específicas. Essa dinâmica é crucial, pois a operação doméstica representa cerca de 60% das vendas da Natura, sustentando a tese de investimento baseada em margens e geração de caixa.
No longo prazo, analistas acreditam que a Natura possui um valor potencial significativo a ser desbloqueado, desde que seu balanço consolidado e fluxo de caixa estejam alinhados aos números da Natura Cosméticos. Essa reclassificação estrutural dos múltiplos será fundamental para o futuro da empresa no mercado.