As ações brasileiras negociadas em Nova York atingiram um volume médio diário de US$ 2,15 bilhões, o maior desde 2022, mesmo diante das incertezas relacionadas à Lei Magnitsky e às tarifas impostas por Donald Trump. Esse montante representa 40% do volume diário de US$ 5,37 bilhões da bolsa brasileira, conforme dados da Economatica. Em comparação, o volume diário de ADRs foi significativamente menor nos anos anteriores, evidenciando um crescimento notável na demanda por esses ativos.
O aumento na negociação de ADRs indica a relevância dos investidores estrangeiros para a liquidez das ações brasileiras e a dependência do país em relação ao cenário internacional. Analistas destacam que os ADRs funcionam como uma porta de entrada para investidores globais, e o crescimento nas negociações em Nova York sugere que a precificação das empresas brasileiras continua a ocorrer majoritariamente fora do Brasil. Especialistas como Sidney Lima e Daniel Teles apontam que os investidores podem estar evitando trazer recursos diretamente para o país devido à instabilidade no setor bancário.
Embora a situação dos bancos brasileiros tenha se tornado mais complexa após decisões judiciais relacionadas à Lei Magnitsky, isso não deve impactar diretamente a liquidez dos ADRs. No entanto, pode haver uma rotação entre os ativos, com investidores priorizando empresas com governança robusta e menor dependência do governo brasileiro. O cenário atual sugere que, apesar das incertezas, o fluxo de capital estrangeiro ainda não foi severamente afetado, mas os riscos permanecem.