A plataforma X, de propriedade de Elon Musk, se recusou a colaborar com uma investigação preliminar aberta pela promotoria de Paris, que apura supostas irregularidades no algoritmo e na coleta de dados dos usuários. A empresa nega as acusações, classificando a apuração como politicamente motivada e uma ameaça à liberdade de expressão. A investigação foi intensificada no início de outubro e envolve alegações de manipulação do algoritmo para interferência estrangeira.
Os promotores franceses solicitaram acesso ao algoritmo de recomendações do X em 19 de julho, mas a empresa alegou ter o direito legal de negar essa solicitação. A promotoria, que não comentou sobre as acusações de viés político, informou que a falta de resposta da plataforma pode resultar em multas ou até acusações de obstrução da Justiça. As investigações podem levar a penas de até 10 anos de prisão.
O deputado francês Eric Bothorel, responsável pela denúncia, defendeu a independência da Justiça na França e criticou a postura do X, que considera a investigação uma distorção da lei. Musk, por sua vez, já se manifestou contra o que considera ataques à liberdade de expressão na Europa, enquanto a Comissão Europeia investiga a plataforma por possíveis violações das regras de transparência digital desde o final de 2023.