O ex-prefeito de Belfort Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como Waguinho, conseguiu nomear seu aliado Flávio Silveira como presidente da PortosRio, a empresa responsável pela administração dos portos públicos do estado do Rio de Janeiro, incluindo Itaguaí, Niterói, Angra dos Reis e do Forno. A nomeação foi oficializada recentemente, em meio a controvérsias sobre a legalidade e a adequação da escolha.
Flávio Silveira, que já ocupou cargos como secretário da Saúde e da Casa Civil em Belfort Roxo, assume a presidência de uma entidade que movimenta cerca de R$ 55 bilhões anualmente em importações e exportações. A decisão de Waguinho é vista com desconfiança por setores do mercado, que expressaram indignação em relação à influência política na gestão dos portos.
A resistência à nomeação de Waguinho para a gestão portuária já havia sido destacada em maio, quando o presidente Lula demonstrou interesse em sua indicação, gerando críticas no setor privado de infraestrutura. A situação se complica ainda mais com o pedido de inelegibilidade feito pelo Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro em dezembro de 2024, devido a suspeitas de abuso de poder envolvendo Waguinho, aliado próximo do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também enfrentou pressões de setores do PT fluminense, apesar de Lula ter mostrado simpatia pela ideia de Waguinho à frente dos portos. A nomeação de Flávio Silveira, portanto, representa um desdobramento significativo nas relações políticas e administrativas do estado, com implicações potenciais para a gestão dos recursos portuários.