A violência contra médicos e enfermeiros no Brasil aumentou 68% nos últimos dez anos, conforme dados recentes. O caso do médico Pablo Henrique de Araújo Leal, ocorrido em dezembro de 2023 em uma unidade de pronto atendimento (UPA) em Águas Lindas de Goiás, exemplifica a gravidade da situação. Após atender uma paciente em estado crítico devido à dengue, Leal foi agredido pelo marido da paciente, que ficou insatisfeito com o atendimento. O médico sofreu lesões que exigiram tratamento e fisioterapia, além de enfrentar acusações de negligência após a morte da paciente.
No dia da agressão, a UPA estava superlotada, atendendo mais de 100 pacientes por turno, com apenas uma unidade hospitalar disponível na cidade de 300 mil habitantes. Leal seguiu os protocolos do Ministério da Saúde, mas a situação se agravou rapidamente. O médico foi agredido três horas após a transferência da paciente para a sala de emergência, resultando em um corte no olho e lesões no ombro.
Após registrar boletim de ocorrência e realizar exame de corpo de delito, Leal enfrentou uma onda de acusações e teve seu nome difamado publicamente. A necropsia da paciente, divulgada em maio de 2025, isentou o médico de qualquer negligência, apontando a ruptura hepática como causa da morte, uma complicação rara da dengue. O Ministério Público arquivou o caso, reconhecendo que as ações do médico estavam dentro dos protocolos adequados.
A crescente violência contra profissionais de saúde tem gerado preocupações sobre a segurança nas unidades de atendimento e a necessidade de proteção institucional para os trabalhadores da saúde, que frequentemente enfrentam situações de estresse e agressões em ambientes superlotados.