O Conselho Federal de Medicina (CFM) registrou um aumento alarmante de 68% nos casos de violência contra médicos na última década, com 4.562 boletins de ocorrência registrados apenas em 2024. Isso representa uma média de 12 médicos agredidos diariamente em todo o Brasil. Os incidentes ocorrem principalmente em hospitais, prontos-socorros e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
São Paulo lidera o ranking de ocorrências, com 832 registros em 2024, seguido pelo Paraná, com 767, e Minas Gerais, que contabilizou 460 casos no mesmo ano. Quase metade das vítimas são mulheres, e a maioria das agressões acontece em prontos-socorros e UPAs, onde a pressão e o estresse são elevados.
Os números podem ser ainda mais preocupantes, uma vez que muitos profissionais de saúde optam por não prosseguir com as denúncias após o registro inicial do boletim de ocorrência. Em abril de 2024, o CFM lançou uma campanha para conscientizar a população sobre a violência enfrentada pelos profissionais de saúde, revelando que, entre 2013 e 2024, foram contabilizados 38 mil boletins de ocorrência relacionados a agressões verbais, ameaças ou ataques físicos contra médicos em unidades de saúde.