A Vila Industrial, um dos bairros históricos de Campinas, passou de uma área segregada a um importante sítio cultural da cidade. Ana Villanueva, arquiteta e professora, adquiriu em 1994 uma residência construída em 1924, que serviu como moradia para operários da Companhia Mogiada de Estrada de Ferro. A casa, que preserva elementos do Ecletismo, reflete a história de desigualdade social que permeou a região.
O bairro, que abrigava hospitais e indústrias no início do século 20, era marcado pela segregação entre diferentes classes sociais. A presença de uma linha férrea contribuiu para a marginalização da Vila Industrial, que ficava à sombra dos grandes fazendeiros da época. O túnel construído em 1918, que conecta o centro da cidade à Vila, simboliza essa divisão, servindo como a única passagem a pé entre as duas áreas.
Sinésio Jorge Filho, conhecido como "Shina", é um dos moradores mais antigos da Vila e destaca a importância do carnaval na cultura local. Filho de um dos fundadores do bloco "Nem Sangue Nem Areia", ele expressa seu desejo de ver a Vila Industrial reconhecida e valorizada, ressaltando a conexão emocional que tem com o bairro. A história da Vila Industrial é um testemunho da transformação social e cultural de Campinas ao longo dos anos.